Entenda em três pontos por que a Bolsa brasileira atingiu nível recorde
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo (SP)
14/05/2025 10h55
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, superou os 138 mil pontos pela primeira vez na história. O otimismo é guiado pela redução dos temores de guerra comercial e pelo arrefecimento da inflação dos Estados Unidos.
O que aconteceu
Bolsa brasileira atingiu maior patamar da história. O nível recorde de 138.963,11 pontos foi superado após quatro pregões consecutivos de alta. No intervalo, o Ibovespa saltou mais de 5.500 pontos e acumulou alta de 4,17%.
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Variação durante o dia superou os 139 mil pontos. Ambos os recordes superam os números do dia 26 de agosto do ano passado, quando o Ibovespa fechou aos 137.343,95 pontos após marcar 137.469,27 pontos ao longo da sessão.
1 - Tarifaço de Trump
Mercado reage otimista com acordo entre China e EUA. A trégua nas cobranças entre as duas maiores economias do mundo reduziu os temores de guerra comercial. Mesmo válida por apenas 90 dias, a negociação foi vista como positiva para as empresas nacionais.
Negociação comercial valorizou preço das commodities. O acordo entre as duas potências fez o preço do barril de petróleo e do minério de ferro saltarem. As variações positivas puxaram os ganhos das ações da Petrobras e da Vale, as duas empresas com maior peso no Ibovespa.
2 - Ata do Copom
Analistas observam o fim do ciclo de alta da taxa Selic. A percepção a partir da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) também animou o mercado financeiro. Conforme a perspectiva, a taxa básica de juros deve persistir em 14,75% ao ano por um período prolongado.
Sinalização foi positiva para as ações do setor bancário. Com expectativa de fim do ciclo de aperto monetário, os papéis do Banco do Brasil (+2,03%), Itaú (+1,23%), Bradesco (+1,98%) e Santander (+1,81%) acompanharam o desempenho positivo da Bolsa nacional.
Foi um dia de euforia e os resultados financeiros que vieram foram muito bons, assim como os resultados dos bancos, por conta da taxa de juros que deve parar de subir.
Alison Correia, analista da Dom Investimentos
Inflação dos EUA
Arrefecimento dos preços ao consumidor também ajuda. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA foi de 0,2% em abril, acumulando alta de 2,3% nos últimos 12 meses. A inflação abaixo das expectativas pode mudar a condução da política monetária dos EUA.
Perda de ritmo da inflação abre caminho para corte dos juros. Caso as taxas sejam efetivamente reduzidas nos Estados Unidos, os mercados emergentes, a exemplo do Brasil, atraem novos olhares por oferecerem um retorno maior aos investidores.
BC dos EUA avaliou que inflação estava "um pouco elevada". Ao decidir pela manutenção dos juros dos EUA entre 4,25% e 4,5% ao ano em sua última reunião, o Federal Reserve destacou que a decisão busca limitar a inflação. "O comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo e julga que os riscos de aumento do desemprego e da inflação cresceram", disse, em comunicado.