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Preço dos imóveis cresce 3,3% no 1º semestre e supera a inflação do período

Imagem: ArLawKa AungTun/iStock

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/07/2025 10h05

O sonho de se tornar proprietário de um imóvel, seja para morar ou alugar, ficou mais pesado no primeiro semestre. No período, o valor médio dos imóveis residenciais superou a inflação ao subir 3,33%, mostram dados divulgados pelo Índice FipeZap, que acompanha o comportamento dos preços de venda em 56 das cidades mais importantes do Brasil.

O que aconteceu

Preço dos imóveis avança mais que a inflação em 2025. A alta de 3,33% do preço dos imóveis residenciais entre janeiro e junho supera em 0,26% a variação de 3,06% observada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para o período.

Resultado mantém desaceleração do preço dos imóveis. A alta de 0,45% do Índice FipeZap em junho leva o custo do metro quadrado construído para R$ 9.319. A variação é a menor deste ano e confirma a perda de força mensal dos preços observada desde fevereiro. No primeiro semestre do ano passado, o aumento dos preços foi de 3,56%.

Variação dos imóveis em cada um dos meses de 2025:

  • Janeiro: 0,59% (R$ 9.069/m²)
  • Fevereiro: 0,68% (R$ 9.130/m²)
  • Março: 0,6% (R$ 9.185/m²)
  • Abril: 0,51% (R$ 9.233/m²)
  • Maio: 0,46% (R$ 9.276/m²)
  • Junho: 0,45% (R$ 9.319/m²)

Desaceleração do índice reflete movimento de ajuste. Paula Reis, economista do Grupo OLX, explica que o movimento é ocasionado pelo aumento da taxa Selic, atualmente no maior patamar desde 2006, e pelo esgotamento dos recursos da poupança habitacional, que encareceram o crédito imobiliário.

Com o financiamento mais restrito, a demanda por imóveis perdeu força, reduzindo a pressão sobre os preços.
Paula Reis, economista do Grupo OLX

Arrefecimento dos preços deve persistir neste ano. "Para o segundo semestre, a expectativa é de valorização mais contida, refletindo esse novo cenário de crédito mais caro e seletivo", estima Reis.

Imóveis menores têm o metro quadrado mais caro. Segundo o FipeZap, foi contrastando o menor valor do espaço mínimo de terra entre as unidades com um dormitório (11.246/m²). Por outro lado, os imóveis de dois dormitórios aparecem com o metro quadrado mais barato (R$ 8.392/m²).

Variação alcança 7,49% nos últimos 12 meses. O resultado também aparece acima da alta de 5,37% do IPCA-15 no período. A análise também mantém os imóveis de um dormitório com um aumento acima da média (+8,8%). Já as unidades com quatro ou mais dormitórios respondem pela menor alta (+5,8%).

Cidades

Balneário Camboriú tem o m² mais caro do Brasil Imagem: Flávio Tin/Folhapress

Litoral catarinense é a região mais cara do país. As cidades de Balneário Camboriú (SC) e Itapema (SC) mantiveram a liderança do indicador com o preço médio do metro quadrado estimado em, respectivamente, R$ 14.828 e R$ 14.547. Ambas as cidades, assim como Itajaí (SC) acumulam altas superiores ao dobro da média nacional.

Capitais brasileiras aparecem na sequência. As cidades de Vitória (R$ 13.711), Florianópolis (R$ 12.355), São Paulo (R$ 11.613), Curitiba (R$ 11.228), Rio de Janeiro (R$ 10.584), Belo Horizonte (R$ 10.188), Brasília (R$ 9.474) e Maceió (R$ 9.402) também aparecem com o valor do metro quadrado acima da média. Também entram na relação os municípios de Barueri (SP) e Vila Velha (ES).

Metros quadrados mais baratos custam menos de R$ 5.000. A realidade é constatada nas cidades de Pelotas (RS), Betim (MG) e São Vicente (SP). Nas localidades, cada espaço mínimo de terra está avaliado por R$ 4.415, R$ 4.478 e R$ 4.478, respectivamente.

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