Gripe aviária: ovos de granja afetada estão em 3 estados e serão destruídos

O Ministério da Agricultura diz rastrear os ovos da granja que registrou o caso isolado de gripe aviária na cidade de Montenegro (RS) e afirma que eles foram localizados em três estados e serão destruídos.

O que aconteceu

Ministério da Agricultura diz monitorar ovos de granja afetada. Em nota, a pasta afirma que os produtos fornecidos pela granja com o foco da gripe aviária foram rastreados e localizados no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Minas Gerais.

Ovos com origem na granja de Montenegro serão destruídos. O procedimento é o mesmo adotado no plano de contingência para a doença de Newcastle, identificada nas granjas comerciais pela última vez em julho do ano passado.

A ação é uma forma de "mitigar qualquer risco" de proliferação do vírus, diz o Mapa. A detecção do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) foi confirmada na última sexta-feira.

Não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas, reforçando o compromisso do Mapa com a sociedade e com o setor produtivo. Ministério da Agricultura, em nota

Minas Gerais descartou 450 toneladas de ovos férteis do RS. A decisão de destruição dos ovos foi tomada devido ao rastreio dos produtos não usados para consumo. O governo local afirma que os produtos seriam utilizados somente para a produção de aves. "A necessidade de novos descartes de produtos em Minas Gerais ainda pode ocorrer nos próximos dias", prevê.

Controle sanitário intensificado

Ações de controle sanitário foram intensificadas para inibir a proliferação da gripe aviária no Brasil. O foco registrado em Montenegro resultou em movimentações de todas as esferas governamentais.

Rio Grande do Sul cria barreiras sanitárias para desinfecção. A montagem de sete zonas de bloqueio começou ontem, por iniciativa do DDA/Seapi (Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação).

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Barreiras de desinfecção tentam impedir avanço da gripe aviária
Barreiras de desinfecção tentam impedir avanço da gripe aviária Imagem: Divulgação/Seapi

Barreiras foram instaladas em localizações estratégicas do RS. O governo estadual destaca que dois pontos de interdição na BR-386, mais uma ao norte na RS-124, outra na TF-10 no sentido Triunfo, e outras três em estradas vicinais, sendo uma delas rota de desvio.

Ação vai inspecionar todos os veículos que transportam animais. Também entram na lista de monitoramento os caminhões que transportam ração e fazem coleta de leite.

A medida considera que os transportes circulam em diversas propriedades rurais. Automóveis de passeio também são desinfectados no raio de 3 km da cidade de Montenegro.

Trabalhamos com dois raios, um de três quilômetros, onde vão ter duas barreiras de desinfecção e uma de bloqueio; e outro de dez quilômetros, onde serão montadas mais quatro barreiras de desinfecção.
Francisco Lopes, diretor-adjunto do DDA/Seapi

Governo do RS vistoriou 94 propriedades em um raio de 10 km. Entre os locais vistoriados, 27 encontram-se na área de 3 km do foco de contágio e 67 na área de vigilância, de 10 km. Também foi inspecionada a única granja que recria de aves na área de vigilância.

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Gripe aviária

Caso isolado da doença foi detectado em Montenegro (RS). A confirmação representa o primeiro registro da presença do vírus na avicultura comercial brasileira. O Ministério da Agricultura destaca que a influenza aviária de alta patogenicidade circula desde 2006, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.

Estado de emergência é válido pelo prazo de 60 dias. Segundo o Ministério da Agricultura, foram adotadas medidas de bloqueio de 10 km ao redor da área onde o caso foi identificado. Para o cumprimento do protocolo, foram interrompidas as exportações oriundas do Rio Grande do Sul.

Países suspenderam a importação do frango brasileiro. A ação foi liderada pela China e pela União Europeia, os dois maiores consumidores da carne de frango do Brasil. Argentina, Uruguai, Chile e México também suspenderam as compras da proteína com origem no território nacional.

Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Com 35,4% da produção dedicada ao mercado externo, o volume de embarques da proteína foi de 5,3 milhões de toneladas no ano passado. A destinação para 151 países totalizou US$ 9,9 bilhões, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Gripe aviária não é transmitida a partir do consumo de frango. O risco de contágio é apenas relacionado ao contato com as aves. "O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas", afirma o Ministério da Agricultura.

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