Mariana Grilli

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Reportagem

Alckmin diz que é preciso 'acelerar a Ferrogrão no STF'

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, esteve presente hoje na abertura do Congresso da Abramilho (Associação Brasileira de Produtores de Milho e Sorgo). Em poucas falas, ele reforçou a importância de destravar a questão logística do Brasil, incluindo a Ferrogrão — ferrovia que visa ligar Mato Grosso ao Pará, e deve desafogar o tráfego na BR-163.

"Os portos do Arco Norte precisam de redução de custo e precisamos acelerar a Ferrogrão, acelerar isso no STF [Supremo Tribunal Federal]", disse Alckmin. O caso da estrada de ferro que visa a conectar Sinop (MT) a Miritituba (PA) foi parar no Supremo após ação protocolada pelo PSOL, que questionou o descumprimento de medidas ambientais.

Por um lado, questiona-se que a Ferrogrão cortará o Parque Nacional do Jamanxin (PA), indo na contramão das proteções ambientais estipuladas pelo próprio licenciamento ambiental. Por outro, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a ferrovia tem potencial de reduzir a emissão de 3,4 milhões de toneladas de CO² (dióxido de carbono) por ano.

A celeridade da construção de ferrovias é um assunto antigo que circula nas discussões do agronegócio. Com o avanço da produção de grãos no Norte do país, os portos de Itaituba (PA) e Itaqui (MA) passaram a ser mais visados e a tendência é que eles ganhem ainda mais relevância, à medida que as lavouras se expandem no Matopiba — acrônimo para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Durante o evento da Abramilho, o argumento da sustentabilidade balizou as falas de Alckmin não apenas sobre a Ferrogrão. Ele reforçou a estratégia do governo federal em tirar do papel nos próximos dias o chamado "IPI Verde", o Imposto sobre Produtos Industrializados para veículos elétricos, híbridos e movidos a etanol, em prol da descarbonização.

O presidente em exercício não teria como sair de um evento sobre agronegócio sem citar o Plano Safra, mas não houve o detalhamento que o setor gostaria de ouvir. "O crédito Plano Safra está sendo discutido e ele precisa ser ainda maior, com planejamento de longo prazo, para não ter esse estresse do crédito", afirmou.

Sem dar muitos detalhes, Alckmin ainda concordou que o seguro rural terá que crescer, porque as mudanças climáticas estão progredindo. A dúvida que resta é como este seguro será estruturado dentro do Plano Safra e quais serão os juros subsidiados para a temporada 2025/26.

Reportagem

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