Azul entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
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A Azul está entrando nesta madrugada com pedido de Recuperação Judicial nos EUA, dentro da lei americana, o Chapter 11. A empresa tem dívidas de R$ 35 bilhões de reais para reestruturar no processo de recuperação sob a proteção da justiça americana.
Até a publicação deste texto, a notícia ainda não constava em fato relevante. Pocurada pelo UOL, não confirmou oficialmente. No entanto, o presidente da Azul, John Rodgerson, confirmou a notícia em entrevista à Folha de S. Paulo publicada às 23:59.
Rodgerson disse que espera sair do processo em um prazo de "seis meses a um ano". Para efeito de comparação, o processo de recuperação judicial da Gol começou em janeiro do ano passado e deverá durar 1 ano e 5 meses. E o da Latam, que teve início na pandemia, em julho de 2020, durou 2 anos e 4 meses.
A Azul diz que o processo será rápido pois já teria assegurado o compromisso das companhias aéreas americanas American Airlines e United, que teriam concordado em aportar US$ 150 milhões e US$ 100 milhões, respectivamente, ao final do processo.
É cedo para dizer qual participação as duas empresas terão na Azul após esse processo pois vai depender de outros aportes e conversões de dívidas. Mas ambas deverão ter assento no conselho da Azul.
A United é sócia da Abra, holding dona da Gol. E a American tem participação na Gol, mas não aportou capital adicional durante a reestruturação da companhia. A Azul entra em recuperação judicial dias antes da Gol sair do seu processo de recuperação também nos EUA, previsto para o dia 6 de junho.
A entrada da Azul no Chapter 11 encerra as conversas de fusão com a Gol. A Azul tentou uma associação com a Gol justamente para evitar ter que fazer uma reestruturação judicial — e com isso evitar a diluição dos acionistas fundadores, como o americano naturalizado brasileiro David Neeleman.
A Azul tentou evitar a entrada no Chapter 11 até o último momento. A empresa contava com a aprovação de garantias do governo por meio do Fundo Garantidor de Exportação para levantar R$ 2 bilhões no mercado e com isso ressarcir credores que fizeram um empréstimo ponte. Mas apesar da modelagem ter sido anunciada pelo governo no dia 8 de maio, a medida dependia de aprovação do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), o que não aconteceu.
Se a saída do Chapter 11 contar de fato com os aportes de American e United — e a depender de quanto elas terão de participação — a Azul pode acabar se tornando uma empresa americana.
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